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Foto do escritorSofia Llano

Liderança: para onde vais tu?


Lembras-te quando desejavas ser líder? Ou, mesmo não tendo sido esse um desejo muito evidente, lembras-te quando assumiste essa responsabilidade? E do teu primeiro dia enquanto líder?


Independentemente de como chegámos a líderes, quando recuamos no tempo muito provavelmente lembramo-nos de sentir um friozinho na barriga acompanhado de pensamentos como “será que vou ser capaz?”, “será que estarei à altura?”, “o que será que os outros e a equipa esperam de mim?”. Alguns de nós, líderes, terão também sentido o culminar de algo que tanto ansiavam, um “finalmente, consegui!”, um “orgulho em mim próprio!”.


E, muito provavelmente também, para combater esse tal friozinho na barriga ou para assumir de forma mais segura esse cargo de gestão, muitos líderes recorreram àquilo que conheciam e sabiam em termos de liderança. E aquilo que conhecemos e sabemos sobre liderança baseia-se muito naquilo que vimos outros líderes fazerem ou não fazerem, que vimos as organizações valorizarem, que aprendemos sobre papeis de liderança e poder. E, até aí, parece estar tudo certo. Afinal, se outros já fizeram, se outros já passaram por lá, deve funcionar. Porquê reinventar a roda?


E, se alguns de nós já somos líderes há algum tempo, muito daquilo que já praticámos até funcionou bem ou muito bem. E sentimo-nos confortáveis com isso. Até porque muitos destes modelos de liderança que nos moldaram a nossa forma de pensar e de fazer estavam assentes em anos e anos de experiência das organizações.


E mesmo que seja verdade que o mundo e o mundo das organizações não mudam de forma tão rápida assim, isso não significa que não mudem de todo. E essas mudanças podem ser ténues no início, mas vão acontecendo ao longo do tempo e há fatores que as aceleram.

No caso das organizações e da liderança, já vínhamos a sentir diferenças. Nos desafios do negócio, nos métodos de trabalho, na forma como as pessoas se relacionam com o trabalho, naquilo que esperam de uma empresa, de um líder e até de si próprias.


E a pouco e pouco, os líderes começaram e começam a sentir que os seus modelos, os seus referenciais de liderança, já não respondem da mesma forma. E que o grande desafio é repensar os padrões do passado e conseguir dar o salto para novas formas de pensar e de fazer.


Se é fácil? Nem pensar! É duro. Por vezes sentimo-nos esvaziados neste exercício. Porque implica ir ao mais profundo de nós e olhar de frente e reconstruir aquilo em que acreditamos sobre nós e sobre a nossa liderança.


Implica escrutinar de que maneira influenciamos as pessoas com aquilo que pensamos e que fazemos diariamente.

Implica lidar com o luto de deixar ir algumas atribuições e lidar com o vazio por preencher com novas competências e um propósito renovado.

Implica, acima de tudo, muita coragem e disponibilidade para todo este processo.


Para que, depois disso, consigamos adaptar e reconstruir práticas mais ajustadas e que tenham um significado e um impacto mais relevante nos desafios de hoje e de amanhã.

Para onde vai a nossa liderança? Em primeiro lugar, o caminho é ditado por cada um de nós!

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