
"Comecei o dia bem cedo! Tomei o café da manhã já em frente ao computador com a sensação de já estar atrasado para a imensa lista de to dos que me aguardam.
O telefone toca. É um elemento da equipa já com um pedido de ajuda. Seguem-se 2 reuniões. Enquanto tento manter o meu ar atento na reunião, vou respondendo aos WhatsApp e dando um olhinho aos emails.
Vou-me remexendo na cadeira demonstrando impaciência… mais reuniões pouco produtivas, onde todos procuram ser relevantes.
O almoço resumiu-se a uma sandes comida à pressa entre um email e um telefonema com o meu chefe.
Chego ao final do dia cansado e com uma sensação de improdutividade. E esta sensação já não é nova. Termino os dia como tantos outros dias, a perguntar-me onde é que estou a errar? Para que é que tudo isto serve?"
Este poderia ser um desabafo teu ou de um colega ou elemento da tua equipa? No nosso dia a dia é mais comum do que gostaríamos. E um sinal de que precisamos viver a nossa vida profissional de forma mais equilibrada, respeitando limites e colocando a energia no sítio certo.
Como sabem, na Coelho da Cartola somos apaixonadas por histórias. São inspiradoras e transportam consigo a sabedoria da experiência que é passada de forma mágica de geração em geração.
No dia 6 de abril de 1943 foi publicada a primeira edição de uma das nossas histórias preferidas: o Principezinho. Um livro que com certeza já passou pela tua vida. Um livro do qual muitos sabemos frases de cor. Uma história com um profundo significado e muitas mensagens relevantes.
“Eis o meu segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Os homens esqueceram-se dessa verdade, mas tu não a deves esquecer." Com certeza recordam-se deste ensinamento. O nosso preferido e que nos transporta para a reflexão que vos trazemos hoje.
Será que cada vez mais nos esquecemos realmente desta verdade? Será que por ser invisível aos olhos temos dificuldade em identificar o que é essencial para as nossas empresas e para as nossas pessoas, correndo assim o risco de nos perdermos no que é menos importante e com impacto significativo no bem estar de todos e nos resultados? Será que estamos a sofrer da fadiga da decisão e por isso estamos a perder a capacidade de tomar boas decisões sobre o que é realmente importante?
Apesar dos imensos estímulos e solicitações, temos que aceitar a nossa condição de humanos: não temos capacidade para fazer tudo! Temos tempo e recursos limitados.
Por isso, é importante trazermos às nossas empresas uma abordagem e um mindset que rejeite esta ideia de que temos que fazer tudo. O que necessariamente implica ponderar e acima de tudo tomar excelentes decisões, sobre o que é ou não é essencial! Sim, porque temos a capacidade de escolher. Mas, para isso, precisamos de criar espaço para analisar e ponderar e abandonar a reatividade típica de quando queremos fazer tudo!
Mas, afinal, o que é o essencial? Parece-me tudo importante, como vou conseguir eliminar seja o que for? Quantas vezes nos fazemos esta pergunta? Muitas!
O essencial na vida das nossas empresas é a razão da sua existência, o que nos traz verdadeiro impacto e às nossas equipas, aos nossos clientes e à comunidade. É o que nos faz bem (a todos!) e do qual não podemos abdicar. Por oposição, o não essencial é tudo o que é tóxico e traz mau estar, que não nos faz feliz, que não nos traz valor acrescentado.
Definir o essencial, é essencial! Nas nossas empresas. Quer a nível estratégico, quer a nível individual.
E depois deste exercício, vamos descobrir um conjunto de coisas que temos de deixar ir, como velhos hábitos e crenças cristalizadas.
Apenas algumas coisas realmente importam! E se queremos trazer mais e melhores resultados para as nossas empresas e bem estar para as nossa vidas, então temos de nos alinhar com esta verdade.
Porque podes fazer qualquer coisa, menos tudo.
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